domingo, 22 de janeiro de 2012

Cavalo alado?

Eu sei que há internet, à velocidade de um clic; sei que há express mail, à velocidade de um grosso punhado de euros. O que eu não sabia, mas aprendi com a experiência, é que os CTT já não funcionam!
Lembro-me do tempo das cartas, dos bilhetes postais, dos postais ilustrados, do edifício engalanado por azulejaria azul e branca na minha cidade onde, atrás do guichet, as senhoras apregoavam um "DIGA!" até assustador. Eram outros tempos. Veio a modernidade (?), fez-se um novo edifício, substituiram-se os guichets por balcões corridos e o "DIGA!" por números insípidos que saem de uma máquina agressiva. Os selos, teoricamente, compram-se numa máquina mas, na prática, compram-se no balcão porque a máquina está sempre fora de serviço. Como há mails e net, não devem fazer muita falta, os selos. O pior mesmo é quando é preciso enviar uma encomenda... Aí, é bom que nos preparemos para uma aventura, uma odisseia quase épica, talvez até meter uns dias de férias e, sobretudo, prepararmo-nos para sofrer. Eu ainda não recuperei da minha aventura nos CTT...
Precisei de enviar uma caixinha para Inglaterra. (Há quem siga os conselhos dos políticos portugueses e tenha tido a sorte de ir viver para longe). Fui aos Correios. No primeiro dia, tinha à minha frente mais de trinta pessoas, desisti. No segundo dia, a horas diferentes, estava quase a fechar, não me atenderam. No terceiro dia, apresentei-me à hora de abertura e tinha já dez sofredores, mais treinados do que eu, esperando à porta. Com o meu número bem seguro na mão, era o 17, fiquei esperando. Meia hora depois, chegou a minha vez. Pesada a encomenda, preenchidos os papeis verdes e os vermelhos também, fui informada de que, se tivesse urgência, teria de pagar 70 euros. Por esse preço, iria lá eu... Optei pela encomenda dita normal. Paguei 33 euros e vim-me embora com a indicação de que em 5 dias a encomenda chegaria ao destino. O tempo foi passando. A minha odisseia, que teve início no dia 10 de Janeiro, ainda não terminou.
Hoje, dia 22, a encomenda ainda não chegou ao destino! Como me indicaram, numa pretensa eficiência moderna, fui à net ver onde andava o pacote. Fiquei a saber que, de Portalegre a Lisboa, levou dez dias... Até chegar a Cambridge, levará, porventura, um mês?!
Da próxima vez que precisar enviar alguma coisa, irei pessoalmente. Entretanto, acho que deviam tirar o cavalo alado da parede dos Correios e escolher, como símbolo, um cágado coxo. Era muito mais apropriado!

4 comentários:

  1. Tem que experimentar a DHL ou outra empresa de transportes de encomendas. Deve ser mais barato e mais eficiente... e a entrega é porta a porta. Não precisa de tirar senha e trata pela net ou por telefone.
    Tentar não custa! Pelos 70 euros diga que eu levo pessoalmente a encomenda e, com mais um pequeno custo, ainda a levo comigo.
    Bom domingo.
    Cumprimentos.

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  2. E não ofenda os cágados... eles, quando querem, são bastante rápidos. Pelos menos os meus cágados são!

    Mais cumprimentos.

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  3. Não se justifica levar assim tanto tempo.
    Creio que hoje em dia, com as redes sociais, os e-mails, e mais alguma coisa cibernáutica que desconheça, não há assim tanta carta ou encomenda a percorrer o nosso pais ou até o mundo.
    Por vezes ainda gosto de surpreender alguns amigos com cartas e postais.
    Beijo

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  4. Teve azar!
    Tenho que dizer, e "o diabo seja cego, surdo e mudo!", que ainda vou utilizando os correios e que até agora não tenho razão de queixa. Mas tem sido só cá em Portugal.
    Ainda gosto de mandar postais.
    E até cartas...se alguém ainda as lesse...
    Essas coisas ficam, dos mails não fica nada.
    Quantos livros de correspondências se teriam perdido, se os seus autores fossem deste tempo...
    Um abraço

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