Formas diferentes desafiam o céu. Perto, o rio corre, calmo, sempre altivo e distante. Ele tem um destino certo, um porto seguro, um abraço que o acolhe sempre. Ele tem o mar para morrer. Os cactos, deslocados, crescem na defesa possível dos enormes picos. Parecem-lhe tristes, a ela, sempre que se senta no banco de tábua para beber o seu chá. Não gosta dos cactos, mas, no entanto, olha-os com alguma solidariedade. Eles também estão deslocados, fora do seu mundo, sedentos de deserto. Ela sonha o deserto também. Um deserto metafórico onde não nasçam ódios, não germinem dores, não cresçam agressões. Um deserto onde o céu a envolva num manto de estrelas brilhante, onde o fim possa acontecer na certeza de um envolvimento eterno. Um deserto, tão pouco deserto que não tenha picos. Nem de cactos!
Um deserto onde se possa sentir acompanhada das suas emoções, dos seus sentires,num envolvimento terno e eterno!
ResponderEliminarOxalá!
Cumprimentos
Gosto particularmente deste sítio.
ResponderEliminarGosto de andar lá pelo paredão rente ao rio, e a ouvir as gaivotas. Nuca me sentei ao pé dos cactos, só ando.Adoro, quando vejo esconder-se o sol, ali naquela barra amarela, atrás da palmeira, só depois ao crepúsculo abandono aquele lugar.
É o meu mimo de domingo.De certa maneira,agora que o diz, também me parece o meu deserto particular, sim.
Pena, agora estar em obras!