Depois de muita insistência de amigos, aceitei ir ao Centro de Saúde tentar resolver o mau estar terrível que não me deixava viver! Há muito tempo que não entrava ali, no velho Sanatório Dr. Rodrigues de Gusmão. Em miúda, ia ali muitas vezes ter com o meu pai.
Lembro-me bem do gabinete dele, hoje uma sala de apoio a toxicodependentes, recordo os relvados muito bem cuidados, hoje terra e ervas, relembro as indicações claras e precisas e os movimentos de muitas batas brancas. O Sanatório era o lugar onde o meu pai passava mais tempo e, tantas e tantas vezes, fiz na sala de espera as cópias que a Irmã Alice, a minha professora de 3ª classe, sempre exigia perfeitas. Ali, havia também grandes amigos, como o senhor Sardinha, a enfermeira Estrela, a funcionária Rosa, o carpinteiro António. Também nos domingos ia, muitas vezes, à missa no Sanatório. O Senhor Padre Justo, como o lembro bem!, falava dez minutos exactos na homilia e eu, criança, gostava de o ouvir. O Sanatório Dr. Rodrigues de Gusmão fica num extremo da cidade de Portalegre, no alto de um morro, com uma vista privilegiada, o que fez, muito mais tarde, que o meu Pai sonhasse ver ali instalada uma Unidade de Cuidados Paliativos de Referência.
Lembro-me bem do gabinete dele, hoje uma sala de apoio a toxicodependentes, recordo os relvados muito bem cuidados, hoje terra e ervas, relembro as indicações claras e precisas e os movimentos de muitas batas brancas. O Sanatório era o lugar onde o meu pai passava mais tempo e, tantas e tantas vezes, fiz na sala de espera as cópias que a Irmã Alice, a minha professora de 3ª classe, sempre exigia perfeitas. Ali, havia também grandes amigos, como o senhor Sardinha, a enfermeira Estrela, a funcionária Rosa, o carpinteiro António. Também nos domingos ia, muitas vezes, à missa no Sanatório. O Senhor Padre Justo, como o lembro bem!, falava dez minutos exactos na homilia e eu, criança, gostava de o ouvir. O Sanatório Dr. Rodrigues de Gusmão fica num extremo da cidade de Portalegre, no alto de um morro, com uma vista privilegiada, o que fez, muito mais tarde, que o meu Pai sonhasse ver ali instalada uma Unidade de Cuidados Paliativos de Referência.
Quando foi construído o Centro de Saúde, acanhado e estranho ao lado do velho e imponente edifício, no tempo em que o dinheiro abundava, muito me surpreendi que não se tivesse recuperado o velho Sanatório. Disseram-me que era uma construção antiga, o Centro de Saúde exigia modernidade...
Hoje, encontrei um espaço tolhido, salas de espera em corredores, gabinetes acanhados onde os médicos se afundam em papéis! É isto a modernidade?
Sei bem que de nada serve chorar sobre o leite derramado, mas não consegui ficar indiferente ao que encontrei. São lagóiices, com certeza.
Hoje, encontrei um espaço tolhido, salas de espera em corredores, gabinetes acanhados onde os médicos se afundam em papéis! É isto a modernidade?
Sei bem que de nada serve chorar sobre o leite derramado, mas não consegui ficar indiferente ao que encontrei. São lagóiices, com certeza.
É a visão curta dos políticos e das pessoas com a inteligência do tamanho da cabeça de um fósforo (dos pequenos, entenda-se) e a ganância do tamanho da sua ambição, em oposição à grandeza das pessoas de espírito aberto, altruístas e visionárias, como era o seu pai.
ResponderEliminarClaro que o poder e a política ganharam neste caso, como em muitos outros, infelizmente. E, certamente, alguém ganhou mais em fazer de novo do que em recuperar.
São raros os casos de bom casamento entre o belo e o útil.
O senhor Sardinha também me deixa recordações boas de um tempo que já não existe!
Cumprimentos.
Do velho Sanatório praticamente não conheço nada, embora a minha avó lá tivesse trabalhado até vir para o actual Hospital.
ResponderEliminarMas concordo consigo, em vez de terem feito um edificio moderno "horrível" mais valia terem recuperado o velho edificio.
Como utente, vou estrear o Centro de Saúde pela 1ª vez no final do mês quando fizer o rastreio do cancro do colo do útero.
Beijo
Querida Luísa! Também eu gostava de ver o antigo Sanatório, um edifício bonito, com vista para o vale (?) e para a Serra da Penha!
ResponderEliminarE lembro, sobretudo, o teu pai que era um homem bom, além de um grande médico!
Saudades de tudo, não é?
Um beijinho