Já muitas vezes, obviamente sem nenhum sucesso, protestei contra o criminoso acordo ortográfico. Assinei todos os protestos, subscrevi todas as petições, lutei e mantive-me fiel ao português que estudei e aprendi, ao português dos meus poetas, o mais que pude. Aliás, o meu desespero é tanto, a minha raiva tão intensa, que aqui, no meu espaço de liberdade, continuo a ter objectivos em vez de objetivos, a fazer actas em vez de atas, a ser espectadora em vez de espetadora. Mas, na minha vida profissional, fui obrigada a seguir a lei e tenho tentado, confesso que sem grande êxito, compreender e aprender a nova grafia da minha língua. Aos meus alunos, vou apresentando o inexplicável, vou riscando os cês e os pês, vou tentando que decorem (compreender é impossível) os processos (quando existem) de formação de palavras.
Ora, quando li e ouvi que o Dr. Vasco Graça Moura tinha decidido eliminar o acordo dos documentos e dos computadores do Centro Cultural de Belém, fiquei cheia de esperança (e de um bocadinho de inveja... ele pode, e eu não?!). Talvez, penso agora, ainda não esteja tudo perdido e seja possível salvar a língua de Pessoa. Penso que talvez o acordo, afinal, possa ser rasgado por disparatado! Afinal, quem o assinou já nem cá mora... Talvez seja da hora tardia, mas tenho esperança mesmo!
A esperança é sempre a última coisa a morrer. Por isso, espero consigo, que a coisa se consiga!
ResponderEliminarBasta que as pessoas queiram, que quem pode faça um esforço, que a razão venha ao de cima!
Sempre soubemos dar a volta!
Cumprimentos.