Ao longe, comprido e de ponta levantada, sugeria um crocodilo. Ela caminhou até lá e ficou olhando. Estranha peça de ferro, solta, ali na areia, lembrando outras vidas, outras existências. Devia ter servido num navio, decerto, mas agora era lixo na praia, lugar de mexilhões e lapas, ameaça para os veraneantes. Estranha a forma como tudo, pessoas e coisas, perdem sentido, perdem os lugares onde pertencem. Como aquele crocodilo forjado, ela sentia-se deslocada, com espaço para crescerem os mexilhões da solidão, com lugar para se agarrarem as lapas da tristeza intensa. Como a velha peça abandonada, também a ela apetecia ficar ao sabor das ondas da vida, sem escolhas obrigatórias, sem necessidade de crer. Talvez na sua alma houvesse caruncho de ser...
Luisinha, tenho a certeza que na tua alma não há caruncho! Conheço-te bem! Obrigada pelos momentos de boas leituras
ResponderEliminarTeresa
Qual caruncho na alma , qual quê...?
ResponderEliminarAquele ferro carunchoso provém do Titanic ainda!
Não sei para que lhe serviu a viagem de veleiro caramba! ..., com essa coisa do Kirk Royal que eu nem sei o que é...
Onde está o espírito de aventura, o romantismo?!
...(afinal é Kir Royal e não Kirk). Não sei por que é que mudou da caipirinha ou do champanhe.É o que dá andar sempre com «inglezisses»...depois dou erros...
ResponderEliminarO Kir Royal, pela mistura, deve bem valer a pena, para uma ocasião especial...
ResponderEliminar(Afinal nasceu em Framça, Dijon, em 1904, pelas mãos de um político chamado Félix Kir - este político, pelo menos, fez alguma coisa que merecesse a pena!)
(Nestes blogues de Professoras temos que levar ou trazer a lição bem estudada...)