Irrecusável. Ele surgira com a calma que a idade permite, longe da fogosidade jovem, e lançara o desafio: - Uma viagem de veleiro! Só os dois, sem filhos, nem netos, nem amigos, nem telemóveis. Eles e o mar, descobrindo cada amanhecer, vendo chegar a noite com uma taça de champanhe. Está bem, para ti eu preparo um Kir Royal, concedera até.
Quando a vida dá muitas voltas, quando a existência se escreve de muitas exigências, afastamentos, saudades e promessas adiadas, a idade, se estivermos atentos, oferece uma oportunidade. Aceitas? E ela, que sempre temera o mar, as ondas, a navegação, concordara sem dar por isso. Os dois tinham tudo preparado, ela insistiu nos últimos telefonemas às filhas - sempre a ansiedade materna - e partiram. Foram as férias ousadas, diferentes, cheias de silêncios feitos de mil dizeres e sentires. O veleiro alugado, moderno e simples, permitia-lhes a cumplicidade das tarefas a partilhar. As noites, como ele prometera, faziam-se de ternura reinventada, de partilha real e efectiva, e cada nascer de sol trazia-lhes a certeza de que a vida se renova e a felicidade é possível ainda que. Sempre que.
À chegada, os dois renovados, caminharam pela praia e ela, rindo como julgava já nem saber rir, comentara que aquelas cascas pisadas podiam, perfeitamente, ser a metáfora de um passado que ficara definitivamente desfeito!
E porque não? O amor e o espírito de aventura! A ternura e o Kír!! A oportunidade e a felicidade! O passeio e a entrega! O sonho e o definitivo!
ResponderEliminarE porque não? A aventura e o amor! O Kir e a ternura! A partilha e a felicidade! O sonho e a realidade...
ResponderEliminarTodas as histórias merecem um final feliz!
Luisa, estória verdadeira ou inventada pela sua capacidade de bem escrever, mostra que sempre podemos livrar-nos da monotonia da rotina e fazermos algo que renove as vidas...
ResponderEliminarE bem importante é, por vezes, ter forças para largar as amarras e renovar a vida!
EliminarLuísa
Onde anda, que nos abandonou?! Vá lá, chega de férias.
ResponderEliminarAntónio
Faço minhas as palavras do Anónimo de dia 27 que escreveu às 21:35 !
ResponderEliminarDalma e António,
EliminarObrigada pelas palavras de estímulo. Quebrou-se a minha alma, agora tenho de tentar colá-la e está difícil...
Beijinhos
Luísa
"A minha alma partiu-se como um vaso vazio
EliminarCaiu pela escada excessivamente abaixo
Caiu das mãos da criada descuidada
Caiu, fez-se em mais pedaços do que havia loiça no vaso.
Asneira? Impossível? Sei lá!"... E agora? Como colo a minha alma? Ensine-me, por favor...
Faço minhas as palavras do António!
ResponderEliminarRaiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...
ResponderEliminarAssocio-me ao grupo dos que têm saudades tuas...
ResponderEliminar