Chega sem aviso, instala-se sem querer saber as horas, e fica interferindo nos meus sentires. Normalmente, qual encoberto, chega de noite. Aparece de mansinho, senta-se na beira da cama e começa por me despertar enovelando sentires e recordações, desejos e frustrações. Incapaz de reconhecer se vem por bem, ou com maldade, deixo-me sempre levar e abro os olhos à provocação. Muitas vezes, quanto parte eu fico chorando, o resto da noite faz-se de insónia e o levantar surge doloroso.
Este fantasma tem-me visitado vezes demais. E eu sinto um desejo absurdo de desaparecer! De fechar os olhos com força e de não ceder à sua presença exigente. Mas raramente o consigo fazer...
Há fantasmas terríveis, mas piores são os humanos. Esses sim, destroem!
ResponderEliminarLena
Tens toda a razão.
EliminarBoas férias!
Luísa
O amor é uma companhia.
ResponderEliminarJá não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
e ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é
uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se não a vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto
Na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.
Alberto Caeiro
Caro/a Anónimo/a,
ResponderEliminarObrigada pela lembrança. É sempre bom voltar a Caeiro, à certeza de que pensar é estar doente dos olhos...
Luísa