Eram rebuçados recentes, trazidos embrulhados num pacote colorido e oferecidos a todos pelo chefe. Ele tentou-se. De canela? Vou experimentar. Tirou o papelinho transparente e deixou-o desfazer-se, lentamente, na boca. Vieram mil sabores. Veio o mar, os Lusíadas que ensinava há trinta anos, a Dinamene afogando-se nas ondas revoltas. Sentia a força das ondas, o susto do poeta nadando desesperado, a pobre índia mergulhando definitivamente. Vieram, de súbito, os cafés conversados - um pau de canela por favor - e as conversas gostosas que sempre aconteciam. Lembrava-se ainda das bolachinhas de canela, suaves e intensas, que a acompanhavam nas muitas viagens solitárias. Esquecendo os malefícios do açucar, tirou mais um. Eram artesanais, feitos em Mértola, embrulhados individualmente, sem maquinetas a estragarem-lhes a essência. Ele gostava de coisas assim, verdadeiras, com gosto e história, com intensidade e perfume... Saíu do emprego com rumo definido: - Ía comprar rebuçados de canela. Dos de Mértola!
A canela dos sabores intensos, do aroma único, a canela da Gabriela, a canela e o gengibre...
ResponderEliminarTantos sabores, tantos aromas!
Cumprimentos.
serão de menta e canela ? vou também comprar! (dizem que fazem maravilhas...)
ResponderEliminarÓ Setora, além de ser (e talvez por ser) um poderoso afrodisíaco...
ResponderEliminar...humm...!? Em Mértola, rebuçados afrodisíacos?
ResponderEliminar- Ó Setôra, o melhor , se faz favor, é trazer-me também uns quantos p´ra mim , sempre quero ver...