Tenho, nos últimos tempos, vivido experiências quase traumáticas com os meus alunos de 12º ano. Tiram-me o sono as recentes apresentações orais que eles, a propósito do estudo de Felizmente, há luar!, têm tornado em defesa acesa de Salazar e da ditadura. Oiço-os com o coração encolhido e protesto com energia. Como é possível que jovens, (quase crianças de 17 e 18 anos), defendam Salazar e afirmem que estão fartos de liberdade, que a liberdade individual não leva a lado nenhum?!
Para estes jovens, que brevemente serão a geração de liderança, o dinheiro deve, clara e objectivamente, ser mais importante do que as pessoas, a censura tem justificação e a tortura deve ser legitimada. A bem do país, dizem-me. Começo contestanto, com calma, lembrando a História, valorizando o indivíduo, citando filósofos e pensadores, mas perco a cabeça, irrito-me e saio da aula com uma incrível revolta. O que estamos a fazer desta gente? Como estamos a educar a geração que nos vai seguir? Sei, quero crer que sei..., que é a irreverência da juventude, a mania de ser do contra. Mas sinto, e sinto bem fundo, que pode ser mais do que isso se não agirmos já!
Quando tenho alunos que me dizem, muito a sério, "estou farto de liberdade", o meu coração estala de susto!
É, de facto, assustador mas quero crer que tudo não passa de uma forma de protesto juvenil, pelo simples facto de se querer ser do contra...
ResponderEliminarCumprimentos.