Dia quente, desejo de férias, esplanada junto ao Tejo, mesmo na vizinhança do Museu do Ultramar. Por companhia, um bom livro e a eterna Torre de Belém. Pedi o café, a lusa bica, e aventurei-me no pastel de nata, ali melhor que nos pasteís de Belém. Com o pastel veio a lembrança dos pecados mortais (e dos dez mandamentos que já não sei por ordem). A gula é um pecado mortal. Olhei o inocente pastel de nata, tão tranquilamente amarelo, e hesitei. Justificará o fogo dos infernos uma coisinha tão inofensiva? Arrisquei na pena anunciada e, devo confessar, soube-me, por antítese, divinamente aquele pecado!! Acho que se Jesus Cristo tivesse vivido uns anos mais, o tempo suficiente para perceber que a vida é por vezes excessivamente azeda e que há transgressões que a adoçam, teria eliminado a gula de pecado mortal... Acho, também, que se Jesus Cristo tivesse casado, se tivesse convivido diariamente com uma mulher, teria percebido que a vida não se faz de pecados e santices mas, sim, de afectos e sentires!!
Eu até posso ir parar ao inferno, embora o calor excessivo me desagrade, mas irei com a consciência de ter cometido os meus pecados desfrutando do sabor dos mesmos!! E o pastel de nata estava delicioso!!!
Estou certo que Deus ou o Jesus Cristo se deixariam "tentar", também, por um pastel de nata desses.
ResponderEliminarGula seria se tivesse comido uma dúzia!
Aqui, contento-me com os "meus" rebuçados de ovo. E a minha gula deles, só começa quando passo a meia dúzia...
Pena morar nesta província pacata, longe desse rio-mar que deixa espraiar a vista até onde o desejo alcança. Mas só por isso tenho pena.
E, já agora, também da gula pelos seus pastéis de nata!
Cumprimentos.