Súplica
Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo, Não respondas
Às urgentes perguntas Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.
Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou. Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.
Miguel Torga
"Deixa-me ser feliz
ResponderEliminarAssim,
Já tão longe de ti
como de mim."
Será possível?
O mar é salgado mas é lindo, os versos de Torga tristes, mas a vida é bela como o mar!
Não conhecia este poema. O Torga que surpreende mesmo. Um homem ligado à terra que compreende tão bem as ondas da vida...
ResponderEliminarAdoro-te
Filipa
E o que passou passou!
ResponderEliminarO presente é o que interessa...
Conhecia o poema e acho-o muito bonito.
Um abraço
Não perturbem a paz que lhe foi dada,
ResponderEliminarPeçam ao silêncio que não vá embora,
E, quando o sono chegar, pela madrugada
Deixem-no aconchegar-se ao raiar da aurora.
Cumprimentos.