domingo, 6 de novembro de 2011

A Crise

Chegou sem fantasias, sem cavalo branco, sem anúncio prévio, sem sequer um moderno sms que a preparasse. Chegou numa surpresa indesejada, trazendo anúncios terríveis, futuros assustadores e medos garantidos. Vinha ainda a falar nos gregos, ofendendo um povo filósofo, e carregava pinceis negros e cinzentos para pintar a realidade. Tentei fechar-lhe a porta, descer os estores, trancar as janelas de madeira envelhecida, mas de nada serviu. Chegou servida por mãos letais, carregada da força que marca a mediocridade actual, impôs-se e roubou a minha tranquilidade. Não contente, como se o assalto fosse pouco, destruiu o meu sono e fez da noite um desfiar de escuridões intensas. Agora, dominando os meus pensares, assustando terrivelmente os meus sentires, faz-me tremer cada amanhecer. Cada entardecer também. Não sei quem é, ou são, os responsáveis por estes abusos, mas gostava de poder chamar um polícia eficaz que prendesse a horrível Crise que me tira a paz

3 comentários:

  1. Uma Crise anónima, sem rosto, assustadora, eficaz nos efeitos sobre as pessoas.

    Que se pode fazer? Que podemos fazer?

    A luta contra o sistema! Mas como se luta? Contra quem ou contra quens?

    Temos de ter coragem, espírito de sobrevivência e sentido de vida.

    Cumprimentos.

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  2. OLá, querida Luísa!
    Cá vim espreitar um bocadinho...
    Não me esqueço nunca de ti!
    Beijinhos

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  3. O que é certo é que ela chegou,concretizou-se. Temos que pensar em como viver o mais remediavelmente possível, com ela. Ajustarmo-nos a ela com coragem e espírito de sacrifício.
    Não adianta chamar a polícia, pois, pelos vistos, está por todo o lado, como uma peste malina.
    Não ajuda estarmos com maus presságios e terrores...Pode ser que até se resolva mais depressa do que pensamos.
    Coragem e paciência! Hão-de chegar melhores dias...

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