O título era sugestivo. Imaginou um romance actual, feito de tentações e provocações, tecido de modernidades e ousadias. A capa, vermelha, ajudava a imaginação a voar. Levou-o na viagem e começou a leitura. Escrita escorreita, correcta, solta, marcadamente viril, e a realidade de muitas vivências a ganhar cor e sentido.
Pequenas narrativas, contos que a deixavam suspensa até ao fim e, no ponto final defintivo, lhe permitiam ficar sonhando. Curiosamente, nenhuma personagem se chamava Júlia e não havia nenhuma farmácia em qualquer dos enredos. Faltava apenas um conto e guardou-o para um momento especial, para um tempo de qualidade, enroscada junto à lareira talvez. Reunidas as condições, noite já, com uma caneca de chá bem forte ao lado, foi buscar o livro. Onde estava? Onde o tinha abandonado? Deu voltas e voltas, voltou até a abrir a mala da última viagem, mas do livro nem rasto. Provavelmente, teria deixado os lindos braços da Júlia da farmácia na casa de banho do aeroporto... Agora, nunca saberia porque eram lindos os braços daquela Júlia!
Acontece, minha querida... Muitos livros esquecem-se dos "braços" e dessas coisas...
ResponderEliminarNão seja por causa disso!
ResponderEliminarEu tenho o livro e posso emprestar-lho!
Lindos eram os braços de quem lia o livro: Júlia, Francisca, Joana, Margarida... o nome é o menos importante. O mais eram mesmos os lindos braços, braços de ternuras, braços bons para abraçar a vida...
Cumprimentos.
Tu também não gostavas lá muito!! Confessa!!
ResponderEliminarMil beijos
Eu, para ser franca, não aprecio os livros com diversos contos. Fico logo a "torcer o nariz"(como se diz na minha terra).Mas, ainda fico mais desapontada, se o título não tem nada a ver com o tema.Por vezes, até, o livro é melhor do que julgava; mesmo assim, gosto sempre, de imaginar pelo título, o que vem lá dentro.Deve ser o lado infantil...
ResponderEliminar