Deixem-me encarar cada pôr-do-sol como único. Não me imponham as inevitabilidades da existência. Não me peçam que me habitue ao vazio. Não me exijam eternos segundos lugares. Não queiram que feche os olhos à miséria repetida. Não me esgotem o sonho. Não me proponham que recicle emoções. Não me mostrem lugares conhecidos. Não me amarrem à realidade óbvia. Não me falem da mediania. Não me castrem o horizonte. Não me obriguem ao hábito da indiferença!
Deixem-me estrear o olhar a cada dia, deixem-me indignar-me com a miséria constante, deixem-me exigir uma palavra nova, deixem que me surpreenda com a cor do girassol, deixem-me voltar a encontrar os grilos nos buraquinhos, deixem-me chorar com a velha Música no Coração, deixem-me não desistir antes do fim eterno, deixem-me querer o tudo ainda que só tenha o nada. Deixem-me, por favor, recusar o hábito à normalidade!
Em tempo de direitos, quando todos apregoam os seus direitos (tantas vezes esquecendo os seus deveres) eu exijo o meu: - Quero ter o direito ao PASMO de cada amanhecer!
Deixar que a rotina do dia a dia seja, não só o renovar do quotidiano, mas o descobrir de algo novo, o surpreender da vida, o despertar de outras emoções...
ResponderEliminarÉ bom saudar o dia que acorda, é bom transformar a rotina numa aventura de vida, é bom o entusiasmo dos desafios...
Se o seu PASMO é o encanto do viver, eu não quero deixar de ficar pasmado.
Cumprimentos.
Gostei muito deste texto.
ResponderEliminarBoa semana
Quer apenas dizer que queres estar viva e amar o dia que chega, o dia que acaba, livremente.
ResponderEliminarCom indignação ou pasmo. Como tu és...
beijinho