Junto à água, com o gato escanzelado (quem o manda ser esquisito com a comida?), ouvindo os pássaros e tentando não ligar a algum restolhar mais assustador, fujo do mundo. Não quero saber quantas Fundações vão fechar, desinteresso-me dos valor aterrador do défice das estradas de Portugal, calo o rádio onde um locutor anuncia a morte de mais um bombeiro. Tanta dor!
As minhas preocupações insistem em fazer-se notar, mas eu mergulho para que se afoguem. Desfiam reflexões, essas impossíveis de anular, e recupero a voz da minha professora de filosofia. O Bem, o que é afinal? De olhos fechados, lembro Aristóteles, a sua definição de bondade "é bom aquele que procura a felicidade para todos", e discordo dele. O que é todos? Como se pode procurar a felicidade de "todos" sem se ter a felicidade individual? Volta a voz da Drª Celeste, Deus agora como juíz e nós donos do livre arbítrio. Não queria a filosofia comigo, hoje. Queria ser capaz de esvaziar a cabeça, de deixar as emoções num cantinho do coração e apenas pensar que tenho de ir comprar whiskas para o gato escanzelado.
Ó rapariga!
ResponderEliminarSerá que, um abraço, alivia essa aparente neurastenia?
Beijos
Pobre gato? Será que está escanzelado apenas porque só gosta de comida fina?
ResponderEliminarCada um deve procurar a sua Felicidade da maneira que melhor achar!
A Setôra com essas preocupações de querer "resolver"o Mundo, de certeza que se esquece do gato!
ResponderEliminarAs férias são para esvasiar a cabecinha...
Se a horta já está ajeitada, 'bora lá até à praia, aos pores de sol e à caipirinha...