Não ter nada para ler, para mim, é quase tão grave como imaginar a esquerda a governar o meu país! Só não é pior porque, normalmente, não ter nada para ler é um problema que resolvo depressa... Às vezes, resolvo tão depressa que sofro longas horas de más leituras. Foi, exactamente, o que me aconteceu ao comprar uma obra de Karen Blixen (essa mesma do inesquecível África Minha) intitulada Ironias do Destino. Abri o livro, instalei-me e preparei-me para a evasão que a leitura me proporciona.
Tenho um amigo que diz que, para males de alma, o remédio eficaz é uma bela praia, um bom livro e um Gin loooooongo. Como não gosto de Gin, agarro-me à praia e à leitura... Só que, desta vez, a desilusão foi imensa. A obra é uma chatice completa, feita de banalidades, de gente muito boazinha e cheia de fé, de mulheres loiras e - ainda assim - inteligentes (por isso solteiras?) e muito felizes. No cenário da Noruega agreste, as personagens diluem-se em nada e o enredo nem chega para me distrair da lembrança dos fiordes que já visitei. Arrumei num canto o livro e fui buscar uma leitura repetida e nunca gasta. Com Helena Marques, uma vez mais, recuperei a confiança nos efeitos terapêuticos da leitura. A boa!
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