Era uma vez uma bola gorda, um pouco achatada nas pontas, com muita água, árvores, montanhas, areia, rios, flores, animais capazes de voar, outros de nadar sempre por baixo de água, e milhares de existências inofensivas a perfumar e a dar cor a essa bola. Na mesma bola achatada, partilhando a harmonia alheia, viviam uns bichos estranhos, cruéis, que se auto-intitulavam humanos e tinham a ousadia de pôr nome a tudo, como se fossem donos da bola achatada, como se tivessem mais poder que todos os outros seres que, como eles, ocupavam a bolinha azul... Esses seres, que se julgavam inteligentes, tinham, reconheça-se-lhes, uma arte única: - Conseguiam destruir tudo. Mas tudinho mesmo! Era tal a febre de destruir que conseguiam, proeza inigualável, destruir-se a eles próprios.
Para que fosse mais eficaz a destruição, inventaram uns papeis coloridos a que chamavam dinheiro e, com a sua malvadez criativa, conseguiram que, por causa desses papéis, minúsculos seres indefesos passassem fome, e obesos seres luzidios ocupassem palácios. A tristeza começou a morar na maioria dos corações dos seres ditos humanos, os olhares escureceram, a raiva e o ódio ganharam vida e poder. A bola achatada, andava chateada mesmo e, por isso, resolveu castigar os seres impertinentes: - deu-lhes calor quando queriam frio, mandou sol em vez de chuva, fez a água varrer muita terra, lançou ventos furiosos, fez sair fogo do seu ventre. Mas os seres de duas pernas e uma cabeça geralmente oca, ou cheia de maldade, não tinham tempo para parar e pensar e, por isso, seguiam fazendo o mesmo de sempre: - Explorando os mais fracos, auto-destruindo-se, ocupando espaço demais na bola achatada que estava mesmo zangada. Um dia, um dia de inverno com muito calor, pessoazinhas nas praias e muitos papéis coloridos nos bolsos de poucos, a bola achatada deu duas voltas e decidiu: - Chega! Vou fazer destes seres perigosos seres com lugar apenas nas tristes memórias da minha existencia.
E pronto, mais duas voltas, mais fome aos milhares, mais injustiças aos milhões e lá se foram os terráqueos idiotas. Os outros seres, viveram felizes para sempre.
Às vezes, há estórias terrivelmente reais.
Até assusta!
ResponderEliminarCumprimentos.
Até assusta, mas é exactamente assim!
ResponderEliminarE a contas com a ganância, com os papelinhos coloridos, esses mais obesos e luzidios, nem por um segundo reparam que a Natureza está a mudar, perigosamente...
Este texto nem dá para comentar, já está explicado na íntegra...claríssimo, e, com muita "visão"...
Há mulheres com muita pinta!!
Visão apocalíptica com muita realidade!
ResponderEliminarCumprimentos.
Há quem diga que esses seres malvados foram criação de Deus para que se divertisse um pouco, pois aquilo lá em cima é aborrecido. Eu, como sou católica, creio que o meu Deus é demasiadamente bom para tal. Então, penso que esses seres são obra do Diabo, para que consiga aborrecer Deus e para que esses seres malvados saibam aquilo que os espera...
ResponderEliminar