Diferente, sozinho, esquecido, abandonado? - talvez-, junto a uma casa que, triste e escalavrada, suporta um grande cartaz anunciando que se arrenda, está o girassol. Passo por ali diariamente, olho a casa, lembro-me dela habitada, uma família conhecida, muitos filhos, ninguém ficou, e reparo no girassol redondo. Cresceu sozinho, selvagem, diferente. É redondo, lembra-me as esponjas marinhas, é alto, é lindo, e é único. É esta força singular que me impressiona, que me faz sentir na flor uma presença quase humana. Este pé amarelo, a quem ninguém parece querer, grita-me na sua imponência que é um girassol, que sabe bem o que quer, que continua vivo, lindo, cheio de energia e de cor. Grita-me, do alto do muro da linda casa que ninguém quer, que é possível fazer vingar a singularidade, que vale a pena impor a força da individualidade.
Onde se apoia a esponja amarela? No seu caule de raízes fortes, nas folhas que preservam a originalidade, não foram podadas, na certeza de que, fortemente seguro a uma terra que todos desprezam, quer continuar diferente, crescendo e esticando-se até tocar o céu.
Este pé solitário, comove-me. Ensina-me, também.
É na realidade um exemplo. Belo.
ResponderEliminarA natureza ensina-nos sempre.
Bom domingo
Podemos ver de outra maneira.
ResponderEliminarO girassol, o guardião de uma casa que em tempos teve presença humana, era aconchegante, acolhedora.
Ele lá está, só, mas alegre por ser o único que ficou a guardar o "seu território". A aguardar novas pessoas, crianças, muitas crianças a brincar de novo à sua volta, a sentir a sua pele tocar nas suas pétalas. Por isso ele lá está, forte, robusto...
Abraço!
É lindo!
ResponderEliminarEste ano, parece que os girassóis vieram mais farfalhudos, mais barbudos, mais encorpados, a querer medir forças com os mais tradicionais!
É a natureza a mudar ou a fazer sobressair o amarelo como os sinais de aviso, aqueles que aparecem antes de surgir o vermelho que nos obriga a parar?
Se chama a atenção, cumpriu o seu dever, como um sinal de aviso à vida, à nossa vida!
Cumprimentos.
Humm...Diferente, sozinho, esquecido?!...
ResponderEliminar-Singular, imponência a impor força, individualidade, folhas não podadas; esticando-se até tocar o céu, raízes fortes preservam a originalidade...
Este Girassol não está abandonado! Está meio mundo a espreitá-lo, a admirá-lo!!!
...ele há coisas, então não é, que me lembra alguém?
Muito bonito! Não falo só do girassol...
ResponderEliminarLembro outras casas abandonadas, onde a vida parou e esperam novos visitantes, como diz bem a mensagem poética da Carlota... Virão, não virão?
Ou a casa será derrubada?...
Entretanto, os seus habitantes desapareceram para sempre...
Onde reencontrá-los? Onde ouvir outra vez essas crianças?!
Grande beijo