Oiço o silêncio. É boa a calma da noite, o abraço morno do descanso de um mundo que, sinto-o, está esgotado e a sucumbir. Embrulham-se-me os sentires, cruzando-se com existires que me fazem tremer. É mais um sábado, mais um dia a haver, mais trabalho, mais esperança - sempre a esperança - de colocar uma marca, um sinal positivo, neste fazer de vida que nos aproxima do fim. O fim. A libertação, a saudade certa, a segurança de, será?, deixar de sentir. Ecoa em mim Pessoa: "Tudo o que faço ou medito, fica sempre na metade. Querendo, quero o infinito, fazendo nada é verdade".
Os silêncios têm a vantagem de nos fazer ouvir os pensamentos, os desejos, o coração, de sentir a esperança feita abraço.
ResponderEliminarCumprimentos.
É bom e muito útil ouvir-se o silêncio.Vem a meditação e é um bem essencial.
ResponderEliminarDeixar de sentir, nunca.
O Fernando Pessoa, lá escrever, escreveu.Mas falando das metades dele, por cumprir - coitada da menina Ofélia...valha-me nossa Senhora...
A Senhora, marcas, já cá tem nesta Terra, concretizadas, que são as filhas e neto. Falando pela via da escrita - Estas crónicas todas deste blogue, davam um belo livrinho...pois então a gente não vem aqui espreitar para a ler? -Não estará aqui já, uma outra marca que ninguém conseguirá apagar? Um sinal positivo?