terça-feira, 10 de março de 2020

A MINHA PÁTRIA É A LÍNGUA PORTUGUESA

Não sou purista da língua. Gosto de brincar com as palavras, gosto de neologismos, sou admiradora da capacidade, quase plástica, que Mia Couto, como poucos,  tem para inovar e reinventar a língua. Eu mesma, muitas vezes, gosto de inventar palavras, de encompridar sentidos, de adoçar ternuras.
No entanto, a "língua portuguesa é a minha Pátria" maior e incomoda-me, ao ponto de me provocar enxaquecas, confrontar-me com algumas barbaridades, verdadeiros atentados, cometidos contra a minha língua.

Os mais graves, para mim, são:
Discordo com... Devemos dizer discordo de; concordo com
Á ... o acento da preposição é grave! À
Há e ah ... um é verbo, outro interjeição
Hadem ... Deveria ser hão-de
Dou-te um concelho ... Vamos dar o país aos retalhos? pois, é conselho!

Depois, há aquelas afirmações, pomposamente ridículas, como "desconheço as razões mas sou veementemente contra!" Como se pode ser contra, ou a favor, do que se desconhece?
Às vezes, no meu quotidiano, parecem juntar-se todas as enormidades só para me estragarem o dia! Que irritação!

2 comentários:

  1. Luísa, para mim o pior dos piores é “hadem” e acredite que o ouvi há muitos anos a uma professora de português!! Dizia a colega em questão para a colega então responsável pela Biblioteca: “olha, logo à tarde os meus alunos hadem lá aparecer...” Nunca mais me esqueci!
    Sim, é de por os cabelos em pé!

    ResponderEliminar