quarta-feira, 18 de março de 2020

MODERNISMO

Cheguei ao último ponto final do romance O Pintor de Almas, de Ildefonso Falcones. Durante cinco dias, andei, escondida, assustada, suspensa, apaixonada, pelas ruas de uma Barcelona de início de século XX, assistindo à construção da Pedrera, da Sagrada Família, do Parque Guell. 
Aconteceu-me ter de fechar o livro porque a ansiedade era muita. E se Dalmau fosse apanhado, mesmo ao virar da página? E se Emma fosse morta em mais uma manifestação? E se Josefa morresse de angústia e tuberculose? E se Úrsula e Dalmau fossem apanhados em ousadias à época proibidas? Vivi estes acontecimentos em cada página. Chorei, irritei-me e tive medo. Apaixonei-me. Tive vontade de voltar a Barcelona onde fui incrivelmente feliz.
Não conhecia o autor. Sou, estupida, convicta e historicamente contra o que vem de Espanha e, por isso, nunca escolho autores vizinhos. Excepção para Cervantes! 
Este romance foi-me oferecido nos meus 60 anos e chegou tarde. É um escritor obrigatório, intenso, envolvente, provocatório, agressivo e terno. Vou já encomendar os outros romances dele e vou começar por Pela Mão de Fátima.
Insisto, um óptimo lugar para se estar durante o isolamento obrigatório, é dentro de um livro!

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