domingo, 8 de março de 2020

MULHER

É o Dia da Mulher. Eu, que sou normalmente contra os dias de, penso no que é ser Mulher. Não recordo só as mulheres da História, as que muito sofreram para ter direitos humanos, as que morreram lutando pelo reconhecimento da sua existência. 
Lembro, também, as mulheres da guerra. As mães que vêem os filhos morrer à fome, ou baleados, ou meninos perdidos da guerra. Lembro as mulheres sem pátria, as que morrem no mediterrâneo, as que fazem milhares de quilómetros atrás da possibilidade de paz. Lembro as mulheres sozinhas. Com filhos, sem filhos, com a solidão por companhia, com o abraço inexistente a cada adormecer.
Lembro mulheres próximas. As minhas avós, tão diferentes, a minha mãe, as mães de amigas que foram importantes na minha vida. 
Penso em mim, Mulher de sonhos, de perdas e lutas, de utopias eternas. 
Penso nas minhas filhas, Mulheres de garra que me fazem falta perto. E temo pelas minhas netas. Como será ser mulher daqui a dez anos? Talvez as lutas sejam outras, talvez, no essencial, sejam as mesmas. Não sei. Felizmente, não posso adivinhar o futuro (uma angústia a menos), mas penso muito nelas. Mulheres do daqui a bocadinho, num mundo ainda marcado pela maldade, pelo egoísmo, pelas injustiças.
Hoje, é o Dia da Mulher.
E eu, que gosto imenso da companhia masculina, que sinto que é a dois , sexos diferentes, que a vida se enfrenta com mais força e alegria, não consigo deixar de pensar que, apesar de muitos pesares, ser Mulher é um privilégio!

5 comentários:


  1. Luísa, discordo um pouco dessa abrangência “... apesar de muitos apesares, ainda é um privilégio.” É-o certamente em certas circunstâncias, mas nunca o será naquelas que relata na primeira parte do seu post!!!

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    1. Eu acho que é sempre um privilégio mesmo. Até pela capacidade de sofrer. Um homem não consegue sentir assim, não tem a mesma capacidade de sofrer pelo outro...

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    2. Luísa, mas essa capacidade de “sofrer pelo outro”, não é um privilégio para ela mas tão somente para quem a rodeia, isto é para quem é alvo das suas preocupações! A meu ver sofrer nunca será um privilégio! Estarei errada?

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    3. Ser capaz de sofrer em consciência, sem fuga nem disfarce, sem desistência, é um privilégio. O sofrimento faz-nos humanos.

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  2. Luísa, são filosofias de vida... eu não gosto de sofrer!

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