segunda-feira, 6 de abril de 2020

FRACASSANDO

Está a ser muito difícil. Compreensivelmente, cada dia mais difícil. Os mortos continuam a somar números aterradores, não parece haver fim para esta pandemia terrível. As pessoas, na sua maioria com uma imensa capacidade de adaptação e resistência, inventam e reinventam-se. Observo-as e admiro-as. Sinto que não tenho a força de muitos. 
Está a ser muito difícil este isolamento, esta solidão absoluta, a ausência dos que me são mais queridos e necessários. 
À noite, passo no quarto dos meus netos, olho os brinquedos, os livros de histórias e não tenho resposta para tantos porquês! Talvez o maldito vírus tenha sido intencionalmente criado na China para atacar a economia mundial; talvez seja uma resposta da natureza à violência dos ataques que tem sofrido; talvez seja um azar; talvez seja, como muitas outras que a história nos lembra, uma doença que terá cura. Não sei, creio que, com absoluta verdade, ninguém sabe. Mas sei que está a deixar o mundo de pernas para o ar. Sei que nunca mais a vida vai ser igual. Hoje, mais do que ontem (e temo que menos do que amanhã) tenho medo, estou infeliz, preocupada e profundamente triste.

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