Sempre que faço as minhas caminhadas, na constante companhia do Zorba, encontro motivos que provocam, desafiam, os meus sentires.
Hoje, reparei nas oliveiras, excessivamente podadas, chorando seiva. Olhei-as com dó. Mais perto, reparei que, apesar dos golpes, elas começam a reinventar-se e, no topo, há já uns raminhos incipientes a gritar sobrevivência.
Fiquei a pensar que na vida da gente, nesta desorganização a que se chama humanidade, também, às vezes, acontecem agressões violentas, que fazem chorar e sofrer. Tal como as oliveiras, fazemos um esforço e, aos poucos, novos possíveis vão surgindo na espuma de cada dia.
Só que, acho eu, as oliveiras têm a sorte de não ter consciência, de não ter memória e, por isso, cada novidade é mesmo isso: - Algo inédito, a estrear. Na vida das gentes, às vezes, já falta o direito ao inédito, o direito ao espanto também.
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