sexta-feira, 10 de abril de 2020

Sexta-Feira Santa

Dia triste, este. Quando eu era miúda, enquanto tive quem pensasse na minha felicidade, este dia fazia-se de muitos rituais: - Almoço de bacalhau, jantar de polvo, e, ás três da tarde, a família junta no quintal para ouvir a sirene que marca a morte de Cristo. Lembro-me que, criança, ficava muito angustiada com a sirene, invariavelmente acompanhada pelo ladrar dos cães e, em vez de rezar, pedia para que a normalidade voltasse ao quintal.
Este ano, ouvi a sirene com os meus dois netos mais novos, pensando nos que me faltam, rezando para que sejam, todos, muito felizes.
Sei que este é tempo de renovação, a natureza não se cansa de mo lembrar, mas quero que seja, para as minhas filhas e netos, só mais um tempo de ser feliz.Eu, que tenho fé, acredito que Cristo morreu para que nós vivêssemos e, penso, viver não é sofrer sempre. 
Amanhã, será sábado de aleluia. Depois, comeremos a fantástica sopa e o cabrito assado, tradição de Domingo de Páscoa. E assim, repetindo tradições, quero acreditar que dou aos meus netos vivências para envelhecerem mais tranquilos. 

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