quinta-feira, 29 de setembro de 2011

13 Anos

"Tenho 13 anos que os fiz em Janeiro//Madrinha casai-me com Pedro Gaiteiro//Já não sou a Anita como era primeiro//Sou a dona Ana que mora no outeiro". Não, ela não é a Anita. Ela é a Carolina, não mora no Outeiro, não tem direito a dona e não quer casar-se já (acho eu). A Carolina faz hoje 13 anos. Está no 8º ano, tem muitas amigas, tem telemóvel, gosta de cães, de gatos e de cavalos, estuda pouco e ri-se inteira. A Carolina é uma miúda a fazer-se mulher, filha mais nova a crescer depressa demais. A Carolina gosta de ler, gosta de desafios e, acho eu..., poderá vir a ser uma grande mulher se a vida, e a ESCOLA, a deixarem. Há muitas Carolinas nas nossas escolas, muitas adolescentes em confronto com a vida e com a dureza de crescer.
Vejo a Carolina e penso nas outras todas. Olho o mundo e tremo. O que estamos nós, adultos, a fazer por estes miúdos que têm treze anos, catorze ou doze? Hoje, fiquei a saber que a minha Carolina vai fazer a festa de anos - TREZE! - num restaurante, ao jantar, com as amigas. E a família? E o tempo para assinalar a data num ambiente de afectos reais e não de comes e bebes? Que sentido faz um grupo de miúdos de 13 anos ir para um restaurante em dia de anos? A Carolina faz treze anos, e eu sinto que tenho 130! Este tempo de teórica modernidade incomoda-me, cheira-me a vazio e a oco. Lembro outros 13 anos, a ida à escola buscar as amigas e os amigos, o fazer do bolo, a ida com as minhas meninas ao supermercado para comprar os sumos, para escolher os petiscos que, juntas, preparavamos na véspera. Então, o festejar dos aniversários durava, fazia-se de muitos rituais, eram marcas eternas na vida. Creio que, ainda hoje, já adultas, as minhas filhas recordam estes momentos. Provavelmente, estou a ficar fora de prazo. Este tempo,  não me faz bem. ..

2 comentários:

  1. Infelizmente, diz-se na minha terra- está tudo tolo!
    Os pais até tinham a desculpa da crise para não fazerem as vontades aos filhos, mas não!
    As crianças, essas gostam de -"Maria vai com as outras"...Os pais acabam também por ir com os outros pais todos...e temos o caldo entornado!!
    E claro: sobra para escola o caldo entornado, sobra para a vida e para a (des) formação, para (des)afectividade, para o "eu quero posso e mando" antecipado e outros etcs...

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  2. Com treze anos, eu ainda gostava de brincar com bonecas.
    Hoje os jovens parece que crescem depressa, mas no fundo não crescem nada.
    E os pais que deviam ser um porto seguro, acho que nem sempre o são.
    Anda tudo um bocado "desorientado".
    Um abraço

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