Traz a mala grande da cave. A enorme, aquela que raramente usamos e que sempre implica taxa de sobrecarga nos aeroportos. Agora, vamos enchê-la apenas com o essencial: - As fotografias das crianças, as memórias dos bons momentos, a roupa que cheira a felicidade, os números de telefone dos amigos de verdade, o passaporte para o sonho e a alma livre. Faz em mil pedaços as opiniões alheias, rasga de alto abaixo os olhares de crítica, deita na reciclagem os ódios de estimação. Vamos trancar a mala e partir. Leva-me para um mundo inexistente, para o paraíso da Poesia, para o lugar onde não há palavras agudas, nem policias ou ladrões, nem rotinas ou conveniências. Vamos abandonar o possível e, a dois, libertar os sonhos que a sociedade prendeu. Vamos para um mundo onde as cores tenham viço, as flores cheiro, os morangos sumo e as palavras sentido. Vamos descobrir os afectos, ousar as carícias, inventar a ternura e a cmpreensão. Vamos só os dois, sim? Prometo nem levar o telemóvel. Podemos partir já, ao abrigo da noite escura, refrescados pela chuvinha cansada que continua a cair.
São boas essas viagens de ida.
ResponderEliminarSão viagens de recomeço, de refazer, de relançamento.
São viagens que podem ser definitivas quando, na bagagem, se leva esperança, desejo, determinação e, claro, o ingrediente principal que é feito de afectos, ternura, compreensão.
Desejo-lhe uma óptima viagem.
Cumprimentos.
Muitas vezes, uma viagem só de ida faz muito bem à alma...
ResponderEliminarSublime...
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