domingo, 20 de dezembro de 2015

FALTAS

Este é o Tempo das cores intensas, das correrias, das ilusões., das crianças a tossir e da roupa desarrumada... É, também, o Tempo das ausências, dos desejos e memórias. E eu tenho essas memórias a doer! Sinto-te presente, sabendo que não estás. Fazes-me falta, sim. Não consigo apertar o colar, aquele de pedrinhas, lembras-te? Não consigo montar o candeeiro... Sim, já comprei a chave de fendas mas, sei eu lá porquê, os parafusos insistem em ganhar vida e vontade própria e não ficam onde fazem falta. Fazes-me tanta falta... Faz-me falta a tua presença à mesa, a refilice porque insisto no bacalhau, a ternura no olhar onde afundo o meu.
Desisti de pôr o colar, paciência. Desisti do candeeiro alto e já não cozinho mais bacalhau. Sem ti, não tem graça.

2 comentários:

  1. Poderá não pôr o colar por não conseguir prendê-lo, não montar um candeeiro por não atinar com a forma de fazê-lo. Mas desistir de cozinhar o bacalhau é que não (ainda sabe como, e comer é um prazer de que não devemos prescindir, até por ser necessário). É difícil habituar o corpo e o espírito à ausência, mas o tempo faz o seu trabalho. Devagar. Com precisão. E quem nós amamos nunca nos abandona. Se haja memória.

    Bom Natal:)

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  2. Luisa que em 2016 os seus sonhos já o não sejam, por entretanto se terem tornado realidade!

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