quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

PORTALEGRE

Bem cedo, antes que o sol incómodo começasse a inundar o meu mundo, atravessei a minha cidade. 
A velha rua do Comércio, com os arcos que a caracterizam, está já preparada para o Natal e, em cada porta, há vasos, flores, bolas coloridas e enormes presentes de laços largos. Acabada de lavar, a calçada brilhava Cruzei-me com alguns bons-dias, daqueles que nos ajudam a perceber quem somos, e  subi até à Sé, para cumprir o meu  objectivo, levantar um certificado no IPP. Voltei a descer, agora com menos esforço, atravessando o jardim. 
Cheirava bem, cheiro de relva acabada de cortar, e um tapete de folhas de plátano amaciava-me os passos.
Portalegre pode ser uma cidade envelhecida, as pessoas jovens podem estar a partir, as lojas podem estar a empobrecer, muitos políticos podem não valer o dinheiro que ganham, a maldicência pode ser intensa... Mas esta é a minha cidade, o meu espaço de conforto, o lugar onde as minhas memórias despertam a cada caminhar.

3 comentários:

  1. Bem verdade. Por variadas razões, há quem não consiga passear nos lugares que a memória lhe guarda, quem fuja deles com horror porque se mudaram no inferno invivível.
    As nossas cidades não estavam preparadas para receber tanta gente e quase ninguém soube fazer a emenda.
    Pode que um dia ressurjam. Lavadas e vestidas, penteadas e calçadas: umas mulherzinhas, enfim.

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  2. Luisa, qd há 40 anos adotei Portalegre era bem mais limpa! Observe a entrada para o "Ponto Final" onde o remoinho do vento ou mesmo simples aragem juntam lixo, e que deve passar semanas sem ver vassoura camarária!

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  3. Que bom! também desta última vez que aí estive, adorei andar pelas ruas meio vazias, meio cheias... A nossa cidade é muito bonita! Um bom fim de semana e um beijo

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