quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Itália

O horror do terramoto não sai do meu olhar. De repente, cidades ficam destruídas, familias desfeitas, vidas tornam-se cadáveres. Incrível a força da Natureza, como que a protestar, como que a querer dizer que há Algo mais poderoso do que a vontade e a maldade humanas. 
São muitos os fenómenos naturais que me assustam mas, e admito a minha fraqueza e talvez hipocrisia social, faz-me mais impressão quando o horror acontece aqui ao lado. Ali mesmo, na Itália que eu adoro, no cenário dos meus livros preferidos, no palco das histórias sonhadas que nunca chego a escrever. 
Oiço na minha ignorância atenta as explicações científicas - pode ter explicação? - sei que há placas que se movimentam, que se ajustam - ou não - que podem provocar estes sismos violentos. E tenho medo! Medo para além do razoável. Medo feito partilha de dor daqueles que, nos escombros, procuram um ente querido...
Também eu, às vezes, procuro vida nos escombros dos terramotos da minha vida e, agora, parece-me que a busca é absolutamente desnecessária. E injustificada também.
Eu sou Charlie. Mas, hoje, eu sou Itália!

2 comentários:

  1. Luisa, acabo de receber a resposta a um e-mail que escrevi à minha amiga Luisa Antonelli que conheci qd estive em Itália. Parece que as pessoas nestas catástrofes imensas, depois de resgatarem quem podem, dão graças por estarem vivas e recomeçam. Foi o que me ficou da sua resposta em que me conta o que ela própria sofreu há 40 anos em Udine. Terramoto que deixou a cidade exatamente como as imagens que hoje vemos na televisão.

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  2. E eu, não sendo mais que uma portuguesa comum, sou solidária com quem sofre a injustiça: dos homens e da natureza.

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