sexta-feira, 23 de outubro de 2020

SEXTA-FEIRA

 "A gente habitua-se a quantas tropelias a sorte quer", dizia o velho Garrinchas, no Conto Natal, do meu escritor Miguel Torga. Grande verdade! Hoje, dei comigo a rir-me do meu próprio azar e da forma como o encarei.

Tenho sofrido muito, nos últimos tempos, com maldade e a injustiça. Maldade que vem de porções de existências terrenas, não pessoas, com cobertura de outras porções existenciais que, achava eu, deveriam ser boas. Enfim. 

Ora, hoje, esbarrei com as duas porções numa esquina, ar conspirador, de negro mortal vestidas, olhar  torcido, esgar frio e cortante. Em vez de ter medo, ou de me chatear com o encontro indesejável, dei comigo a rir da minha sorte por ter podido passar de largo, sem ter de respirar o ar poluído que as ditas coisas emanavam!


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