sábado, 11 de setembro de 2021

VAZIOS

Nos últimos meses tem morrido gente, muitas pessoas, significativas para mim. Partiu a minha mãe, há um ano, a Irene Pestana, o Professor Manuel Patrício, o Sr. Zé Henriques e a dona Maria Helena, muitas pessoas que preencheram a minha adolescência, juventude e idade adulta. Começo a olhar à volta e a deparar-me com um vazio imenso, doloroso, cheio de ausências e saudades. A cada adeus, fico mais sozinha, mais perdida neste mundo, mais triste e com menos esperança. Já não vou tendo a quem pedir colo, onde me acolher, quem me saiba ralhar de mansinho. Agora, as asneiras que faço ficam mais definitivas e o meu telefone tem uma imensidão de números sem resposta.
Claro que sei que  é assim que se cumpre a vida. Mas esse saber não impede a minha dor.
Olho-me e não me encontro, porque eu sou, ou fui, sempre ligada a outros. Penso no que já perdi, tanto, e não tenho forças para fingir que compreendo e que está tudo bem. Não tem graça nenhuma o meu existir hoje!

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