terça-feira, 9 de abril de 2013

Nevoeiro

De novo o céu se cobre de nuvens, de novo a manhã acorda envolta num cobertor de humidade. Penso que o clima está como os portugueses, tristes e desiludidos, e oiço Pessoa na actualidade eterna:
 
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
define com perfil e ser
este fulgor baço da terra
que é Portugal a entristecer –
brilho sem luz e sem arder,
como o que o fogo-fátuo encerra.

 
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.

Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!
 
 
Será que a hora não passou já?...

3 comentários:

  1. Temo que a hora esteja definitivamente perdida...

    Teresa

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  2. Ai, Portugal, Portugal
    De que é que tu estás à espera?
    Tens um pé numa galera
    E outro no fundo do mar
    Ai, Portugal, Portugal
    Enquanto ficares à espera
    Ninguém te pode ajudar...


    J Palma

    Beijos..

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  3. Será que passou? Com tantos Relvas e Sócrates à solta por aí, é bem provável...

    Ana

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