domingo, 27 de julho de 2014

INCREDULIDADE


Há uns dias que, voluntariamente, ignoro o mundo. Não tenho visto noticiários, não tenho lido jornais e, quando ligo o computador, mudo num instante de página para não esbarrar nas notícias. Soube do caso BES, das suspeitas sobre Ricardo Salgado, dos três milhões de caução, em viagem, no noticiário breve da M80 que, agora, resolvi escolher como estação preferida. Neste alheamento consciente, tenho aproveitado cada minuto com os meus netos, com o Fluffy, com a minha filha que vive longe. 
Hoje, movida por uma espécie de sentimento de culpa, será correcta esta minha fuga?, decidi-me passar os olhos pela actualidade. Ficou-me uma dúvida: - Vivemos num mundo humano, ou apenas num infinito de estupidez animal (sem ofensa para os bichos)? Muito mais grave do que a história de Salgado, é o crime do Médio Oriente onde, diariamente, morrem e sofrem crianças inocentes. Onde estão as organizações internacionais, onde está a ONU? Como podemos continuar a fingir que somos civilizados enquanto morrem crianças e inocentes?
Olho o mundo que integro e não compreendo. Porque é que não conseguimos dar razão à essência que nos faz considerarmo-nos humanos? Porque fazemos guerras até de coisas pequenas, porque esticamos ausências, porque invertemos prioridades, porque insistimos em praticar o ódio e a agressão?

Acho que vou assumir a minha cobardia e continuar a ignorar o mundo que integro. Prefiro a minha solidão silenciosa, sempre que a alternativa é ódio e raiva!

2 comentários:

  1. Há uns anos a esta parte, quando não levávamos a trás de nós um portátil ou um iPad era fácil fazer uma pausa na informação. Por experiência passada sei que notícias da Pátria não corríamos o risco de ler, fossem elas boas ou más. Quer os jornais, quer as televisões nunca perdiam tempo connosco...
    Hoje, se alguma vez pusemos como ecrã de abertura a página de um jornal, aí vêm elas (as notícias) em catadupa para não deixar descansar o espírito de quem goza merecidas férias.
    Talvez a minha filha tenha razão e tenha proscrito de férias o computador e tenha imposto horas ao telemóvel para este receber notícias!
    ,

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  2. Dalma, acho que a P tem TODA a razão. Se não nos protegermos das notícias, e do mundo, não conseguimos férias nem paz.

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