domingo, 8 de novembro de 2015

Será do Sol?

Está um sol excessivo. Sol que, como diz o poeta,  peca quando, "em vez de criar, seca".
Olho a vida, o mundo, e tudo me parece de um absurdo que, para além de me assustar,  me entristece. Será do sol??
Oiço que chegam os primeiros refugiados, mulheres de rosto tapado, homens de nariz largo, crianças de olhos espantados. São pessoas, como eu, à procura de paz, de segurança, de compreensão. Depois, oiço os protestos, que me revoltam, de quem os rejeita sob o falso argumento de que já há em Portugal miséria nacional que chegue. Dentro de mim, desperta a recente leitura de João Pedro Marques, Do Outro Lado do Mar", e o horror da escravatura torna-se presente. Mudamos tanto, evoluindo tão pouco...
Quero acreditar que é possível fazer um mundo melhor. Tenho confiança no amanhã da humanidade, creio que, apesar de tudo (e como esse tudo é imenso), a compreensão e a bondade vão vencer mas, olhando o agora, tremo. Como fazer?
Obviamente, a teoria é fácil: Amar! Acreditar no outro, abrir o coração, compreender e não julgar. Mas, infeliz e eternamente, da teoria à prática há um oceano revolto que parece sempre afogar-nos...

1 comentário:

  1. Vamos deixar assentar a poeira, algum chão há-de ficar. E vão haver sempre vozes de discórdia, vozes avisadas, românticos sem destino ou futuro inflados de sonho que esboroa.
    Porém, mesmo contra as aparências, há que acreditar no melhor do homem. Sem perder de vista a realidade.
    Ainda que nada seja tão periclitante como acreditar no ser humano. Parece-me.

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