terça-feira, 19 de julho de 2016

Vargas Llosa

Acho que era um livro do Vargas Llosa - não, ainda não tinha casado com a Isabel Presley - e eu andava a lê-lo com entusiasmo. Às vezes, comentava contigo passagens - sim, nunca gostaste muito de ler - e manifestava o meu desagrado face a alguma violência verbal. Há quem goste de palavrões - fazem parte da vida, não é? - mas a mim ainda incomodavam. E incomodam. Mas acho mesmo que era um livro do Vargas Llosa. E falava de máfias, de amores clandestinos - os amores não são sempre clandestinos? -  da América a saber a índios. No meio das páginas, mesmo quando a personagem principal - sim, as personagens são todas principais -, ia ser esfaqueada pelos mafiosos, saltou o bilhete. 
Era um bilhete gasto, escrito à mão em letra descuidada, e apenas uma palavra se lia com clareza - deve ser uma das tuas listas de compras -. Não era. A palvra única, legível, era amanhã. E riste-te. Há sempre um amanhã! 
Infelizmente, agora não me rio. Sabes, nem sempre há amanhã. Por vezes, só sobram ontens...

1 comentário:

  1. Para depois de férias é um bocadinho dramático. Mas, quem sabe, da noite se faz luz. A concretude dos sonhos nem sempre é possível, mas é sempre possível sonhar outro sonho. Porque estamos vivos.
    É um prazer tê-la de volta:)

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