quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

ESTAREI A VER MAL?

Às vezes,  confesso que me incomoda intervir, opinar, a favor de algumas medidas que o ME adopta. Não sou do PS e, com excessiva frequência, me dizem que pareço ser, o que, para mim, é quase insulto...
Eu penso, e faço-o fundamentada no que leio, oiço e estudo, e sei que o mundo da Educação em Portugal não está perfeito. Sei também, por dentro, porque vivo a escola e na escola, que nem tudo é o que parece e que, apesar do imenso que há para fazer, muito se tem feito para melhorar as aprendizagens. Já muitas vezes defendi, e continuarei a defender enquanto existir (temo que se extinga) o processo de autonomia e flexibilidade curricular, considero perfeito o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória e, muito a sério, fico genuinamente feliz com as práticas que observo nalgumas escolas.
Hoje, bem cedo, acordei com a notícia de que os professores de línguas (francês, inglês, alemão - talvez espanhol) poderão leccionar português no terceiro ciclo e secundário, assim como os professores de geografia poderão leccionar história. De chofre, e quando ainda nem tinha acordado bem, fiquei indignada. Achei logo que alguém tinha perdido o juízo... Depois do duche, do pequeno-almoço, e já com umas horas de trabalho, fui ler o que, de facto, a DGE pretende. E fiquei bem mais tranquila. O que se diz, e convém frisar, é que professores de línguas - COM FORMAÇÂO CIENTÍFICA E PEDAGÓGICA EM PORTUGUÊS - (o mesmo para os de geografia em relação à história), podem leccionar essas disciplinas. Pensei em mim, e desculpem-me o umbiguismo.
Eu fiz uma licenciatura, e estágio, em português e francês e, porque estou no grupo de recrutamento 300 (português) só tenho leccionado a minha língua. Mas tenho formação e não me assusta se tiver de leccionar francês! Assim, quem tem licenciaturas em inglês/português, ou qualquer variante de línguas modernas com português, porque não pode também? Em relação à história, não sei. Mas se um professor fez estágio pedagógico em história e geografia, não me choca que, embora no grupo de geografia possa leccionar história. Será que eu estou a ver mal? É que, sinceramente, não vejo a razão para tantos protestos alarmistas...

3 comentários:



  1. Luísa, porque não um dentista ser obstetra, cardiologista, ou qq outra coisa dentro da medicina? Eu que na faculdade tive umas 5 cadeiras de História como opção nunca me poderia por a ensinar História, como não admito que alguém como curso de História esteja capaz de ensinar climatologia e outras áreas físicas partes muito importantes dos programas do secundário e do 3.º ciclo! O inverso é igualmente verdadeiro, para se ser professor/a de História tem que se ter uma visão abrangente da História Mundial, das relações evidentes e das menos evidentes e às vezes importantíssimas!! Desculpe “não vá o sapateiro além da chinela” e o Ensino de ambas as disciplinas é muito mais do que uma chinela!

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    1. Pois é Dalma, eu também penso assim. Mas e no meu caso? Ou nas licenciaturas de duas variantes, como port/inglês? Eu tive, na faculdade, tantas disciplinas de português como de francês. Estudei literatura e linguística francesas. Em relação à história e geografia com certeza será diferente.

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  2. Luísa, obviamente no seu caso é diferente, línguas são línguas, muitas vezes com estruturas semelhantes e sempre ouvi falar em românicas (português/francês), germânicas (inglês /alemão) e já dp da revolução inglês/português e recentemente português/espanhol! Agora que semelhança há entre História e Geografia? Atualmente o curso de Geografia não tem opções de História, nem o de História opções de Geografia...

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