terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

NEVE


Gosto deste frio intenso, limpo e honesto. Bem cedo, uma camada fina de gelo cobre a neve e, hesitantes, carregamos os skis até às cadeiras. Há cores a salpicar o branco. São os lábios protegidos a azul e vermelho, são os fatos garridos, são os gorros de mil riscas arco-íris. Ajudas-me, rimos, e o ar congela-nos os pulmões aquecendo as emoções. Num instante estamos lá em cima, nas pistas, e desafiamos o frio. Fazemos a perdiz? Está boa ainda. Ou começamos pela Lloma? A meio, o café forte, o cheiro da madeira a estalar no fogo, o beijo no nariz congelado. E logo a urgência de voltar às pistas, às descidas ziguezagueadas, às gargalhadas, à alegria genuína que a neve permite.

O dia voa, as horas gastam-se na utilidade de se ser feliz e, à noite, entre a repetição narrada de muitos momentos, o sono vem de mansinho. É bom adormecer assim. Com a alma vestida de cor e a vida plena de sentido.

1 comentário:

  1. Que bom Luísa! Também adoro neve, desde que não tenhamos que conduzir! Nunca fiz ski, qd tinha idade não tive oportunidade... dp tornou-se tarde! Adorei o inverno em Montreal e saía propositadamente para sentir cair a neve na minha cara! Que tudo corra mt bem, sem quedas que estraguem todo esse bem estar!
    ☃️☃️☃️

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