quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Em branco

Um olho no meu novo livro, muito bom!, e outro na televisão, fui seguindo o debate entre os dois principais candidatos à Presidência da República. Tenho tanta pena, tenho mesmo!, que o dr. Manuel Alegre se tenha candidatado...Tenho pena porque gosto da poesia dele, de alguma prosa também (Cão como nós é um livro marcante), da força das palavras a que consegue, escrevendo, dar sentido, e, por isso, custa-me vê-lo a fazer figuras tristes. Muito tristes mesmo. Achei paupérrimo o seu discurso, ocos os argumentos, feito de coisa nenhuma o projecto. O adversário, com aquele poder estranho de ser dois-em-um, ora é Sua Excelência o Presidente, ora é, como a Judite de Sousa insiste em chamar, o candidato Cavaco Silva, também não me convenceu. Apresentou-se com uma postura de superioridade que me irritou. Como se estivesse acima do mundo, como se não tivesse também muitas culpas no estado a que chegou o país. Achei infeliz o tom e deprimente a afirmação da caridadezinha que afirma praticar e defender. Sempre me pareceu que nunca soube assumir posições, que andou nos nins com execessiva frequência durante estes 4 anos, e durante o debate confirmei a minha opinião: - Este homem não tem garra, não tem força, para ser o Presidente deste triste Portugal!
Ontem, ouvi Manuel Alegre afirmar que a liberalização do aborto e o casamento homossexual são marcas do desenvolvimento social (apetecia-me telefonar-lhe a insultá-lo, mas isso não seria democrático). Obviamente, eu discordo que o crime possa, em alguma circunstância, significar desenvolvimento; mas o candidato Cavaco, ou seria o Presidente?, manteve o nim, afirma promulgar mesmo o que condena, justificando-se com afirmações que não me parecem válidas.
Ontem, fiquei definitivamente convencida sobre o sentido do meu voto no dia 23 de Janeiro. Vou votar em branco!

2 comentários:

  1. Sabe uma coisa? Eu não vou votar em branco. Porque o branco é a mistura de todas as cores, o que dá uma amálgama colorida que tanto pode agradar azuis como vermelhos, ou tanto verdes como rosas...
    Eu vou mais pela ausência de cores e, por isso, o meu voto vai ser bem negro, como o futuro que nos preparam.
    Voto PRETO!

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  2. Pois eu, minha querida Luísa, vou votar. Porque sem voto, não participas -ao menos "contrariando"...- de nenhum modo contra aquilo com que não concordas.
    E o Cavaco é intragável, uma vergonha, um "zero" à direita...
    Voto VERDE: esperança!
    Ainda não me decidi completamente mas é verde!E voto à esquerda...
    Enfim, cá nos veremos no ano 2011!
    BOM ANO!

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