domingo, 12 de dezembro de 2010

Sá Carneiro

Não é de Mário Sá-Carneiro que me apetece falar. Até podia ser, porque gosto da sua poesia, da dualidade construída "eu-não-sou-o-eu-nem-sou-o-outro", da loucura, da diferença. Gosto das cartas que trocou com Pessoa e gosto de ouvir a Adriana Calcanhoto cantar a poesia dele.
Mas, agora, o Sá Carneiro é o Francisco, um dos fundadores do PPD, esse mesmo que morreu (penso que foi assassinado) juntamente com Adelino Amaro da Costa. No dia em que ele morreu vinha eu de Lisboa, conduzindo, com o meu Pai ao lado, e ouvimos a notícia perto já de Portalegre. Lembro-me, estranhamente?, de cada fracção de segundo desse momento.
Para mim, Sá Carneiro era uma referência, um sonhador e, sobretudo, um homem determinado e corajoso. Para além dos ideais políticos, que na época partilhava, fascinava-me a história de amor que vivia com a Snu Abecassis. Achava absolutamente grandiosa a forma como, contra tudo e contra todos, mesmo contra as morais (hipocritamente) puritanas, se apresentava ao lado da mulher que amava.
Hoje, nos 62 anos do professor Marcelo Rebelo de Sousa, a TVI anunciava uma entrevista com a viúva de Sá Carneiro. Sentei-me, atentamente, em frente da televisão, mas a desilusão foi enorme. Nada foi dito! 
Talvez, afinal, a viúva nunca tivesse conhecido o homem que foi morto em companhia do verdadeiro amor da sua vida. Teias? Ou hipocrisias  de vidaas?

1 comentário:

  1. Mãe querida!
    Hoje não venho comentar, apesar de concordar com o que dizes!, venho dizer-te que já falat muito pouco para estarmos juntas e que vamos passar um Natal fantástico em família!
    Adoro-te

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