domingo, 28 de agosto de 2011

Nunca Digas Nunca

Muitas vezes, tantas que lhes perdi a conta, a vida me ensinou (tentou ensinar...) que não devo dizer nunca. É que os meus "nuncas" tornam-se, vezes demais, realidades incómodas. Desta vez, foi tudo por causa de um pinto! Que eu não gosto de galinhas, de nenhuma espécie, nem sequer das que se dizem socialmente relevantes, não é novidade. Quem me conhece, sabe que detesto penosas, e que até o mexer nas penas me faz impressão. Gosto de animais, de cães e de cavalos sobretudo, mas também de golfinhos, de leopardos e de joaninhas. Gosto de bichos, de uma forma geral, mas de pêlo ou mesmo de escamas! Asas e penas arrepiam-me, e sempre acho que têm cara de estúpidas. Por tudo isto, sempre disse que nunca pegaria em galinhas vivas e, que vergonha..., lembro-me de ir com o meu Pai à caça e fazer uma fita enorme, com luvas calçadas, para pegar numa perdiz. NUNCA pegaria em galinhas, não era? Pois, era... Hoje, entrei no galinheiro, apanhei um pinto-quase-frango, e andei com ele nas mãos. Mais grave ainda, brinquei com ele! Tudo, claro, por causa do meu neto que adora galinhas. Lá fomos os dois até ao galinheiro, num dos muitos passeios pelo quintal, quando aproveito para lhe falar da Serra, das histórias que sempre acho que ajudam a fazer dele Pessoa,e lá tive de lhe fazer a vontade e de apanhar a penosa. Como o fiz? Acho que por um neto se faz tudo. Até apanhar penosas... Mas foi difícil. Eu e o Manel Bernardo entrámos no galinheiro, eu de pau na mão não fossem as penosas armarem-se em parvas, os dois gritando para que elas não se acercassem de nós. Depois, deitei o boné das risquinhas para cima do bicho e apanhei-o. O pior foi que, uma vez cá fora, o Manel exigiu o boné de volta e não tive outro remédio que não fosse agarrar no bicho com as mãos. Pusemo-lo a andar de mota, metemo-lo no balde de praia, enfiámo-lo dentro de uma taça e, quando ele já tinha perdido o pio, devolvemo-lo à família.
Não sei se para o pinto-quase-frango foi uma experiência enriquecedora, se traumática. Para mim, foi mais uma grande lição: - Nunca digas NUNCA!!! 

4 comentários:

  1. De penas, apenas, tive um canário, ou ave parecida,numa gaiola. Não era cantador e nem sei como é que lá foi parar a casa. Talvez algum aluno da minha mulher o tenha oferecido, mas já foi tudo há muitos anos anos.

    Agora, penas, penas, e digo no plural porque foram muitas, pena tive de não assistir a essa odisseia da sua entrada no galinheiro e do seu pegar no animal "penugento".

    Talvez desse imagens curiosas para um programa do tipo dos "apanhados", mas a sua descrição foi sublime: dá para imaginar as expressões, os gestos, os gritos...

    O que não se faz por um neto...

    Cumprimentos.

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  2. "Nunca digas nunca" é uma frase bem certinha.
    Uma história engraçada. Segundo dizem, as galinhas não são assim tão estúpidas (as de capoeira).Não sei, mas até simpatizo com elas. E os pintainhos são tão fofos.
    Um abraço

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  3. Bela imagem do Manuel mais o pinto e tu no galinheiro...
    Never say never, já dizia o Ian Flemimng, o do James Bond...

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  4. Pois é... a tia Joana faz aí muita falta para apanhar galinhas...
    E Mãe, ele gosta mais dos pintos mais pequenos!!
    Grande vitória, Mãe!!
    Qualquer dia já te vemos a ir ao galinheiro tratar do almoço...

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