quinta-feira, 17 de outubro de 2013

OS PAIS E A FELICIDADE

Muitas vezes, quase me atrevo a dizer que diariamente, comento, e oiço comentar, a culpa/responsabilidade dos pais nos comportamentos dos filhos. Aliás, já há alguns anos o Dr. Daniel Sampaio publicou um livro intitulado, exactamente, "Inventem-se Novos Pais"... De facto, sinto e constato que os pais são, muitas vezes, os principais responsáveis pela infelicidade dos filhos.
Mas eu também sou Mãe e, como tal, não falo de cor e sei que os pais querem sempre o melhor para os filhos. Onde, então, está o problema? Penso e repenso e concluo que o que faz falta é aprender a educar para a felicidade! Se os pais querem que os filhos sejam felizes, e querem!; têm de os educar para tal. Como? Seguindo algumas, "pequenas" ideias minhas (e como tal carentes de fundamentação científica e enformadas de mil erros):
1º Tempo de Qualidade - É preciso dar tempo, e ter tempo, para estar com os filhos. Para os ouvir, para colher flores, para caminhar ao ar livre, para partilhar um jogo. E para ouvir os telejornais e opinar, ouvindo e não impondo conclusões! Tempo para falar e para ouvir. Ouvir muito, falar o suficiente.
2º Regras - Fundamental impôr regras, os pais não são o amiguinho lá da escola..., e obrigar ao seu cumprimento. Implica a dolorosa, mas imprescindível!, tarefa de castigar. De dizer Não! Não ceder às lágrimas de arrependimento fácil, mas fazer valer a palavra do adulto e o cumprimento da regra definida.
3º Respeitar - Essencial respeitar o espaço de cada um. Há coisas que são dos pais, há coisas que são dos filhos. Não ler emails, não abrir correspondência, não questionar sobre amizades até à exaustão.Não querer controlar tudo, até a realização dos trabalhos de casa, mas estar disponível para orientar quando a orientação é pedida.
4º Afecto - Usar e abusar da ternura, do mimo, do carinho, do abraço, do beijinho e do "colo". Fazer elogios, achar lindos os patinhos feios! É que eu acho que não há quem não goste de ser gostado...
5º Pensos rápidos - Ter sempre à mão pensos rápidos é fundamental. Em pequenos, faz-lhes bem cair e esfolar joelhos e mãos; mais velhos é importante arranhar a alma, rasgar o coração, e saber que em casa há pensos rápidos...
6º Verdade - Nunca premiar a mentira e valorizar sempre a verdade. Ainda que. Mesmo que.

É tarde na noite, a insónia está dura, o "Homem de Constantinopla" já chegou à última página e isso tudo, confesso, toma conta do meu texto. Mas, ainda assim, e de verdade mesmo, penso que a felicidade é uma competência que se pode desenvolver e gostava muito, mas gostava mesmo, que entrasse em vigor a pedagogia da felicidade! 

4 comentários:

  1. Grande pinta de "PAIS" que a Setôra é!!
    (para não falar sobre o valor da professora!!)

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  2. Luisa, como gostei muito de ler este seu post! Eu posso afirmar e corroborar tudo o que disse e a Luisa que conheceu bem os meus dois rapazes sabe que os meus princípios foram esses...o A. tinha 9 anos e ainda reclamava o meu colo e ao ouvido dizia-me que "gostava tanto de mim como até à estrelinha mais longe"! Imaginativa ideia de medir o amor por mim!
    Como quando tive a P. nada sabia de cuidados físicos e dos outros comprei o "Comment eduquer e soigner son enfant" do Dr. Benjamins Spock, que foi durante muitos anos livro de cabeceira e nele li exactamente o que refere num dos pontos " a felicidade também se ensina"!

    Mas tudo o que escreve só já é aplicável com sucesso às crianças até aos dois anos de idade pois a partir dos três o mal pode irremediavelmente estar feito!

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    1. Dalma, eu segui estes princípios e não me dei mal! Agora, com os netos, estou sempre a lembrar isto! Também sou da Escola do Benjamin Spock e ainda tenho o livro, embora muito gasto.

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  3. Pois é... tem aí os princípios e a receita para a felicidade... o problema está, não nos filhos, mas nos pais... que não querem saber das regras... preferem dizer sim, porque é muito mais fácil...

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