domingo, 27 de outubro de 2013

Romantismo

O espaço parece arrancado a páginas de Dumas ou Musset. As paredes estão revestidas de tecido, os sofás são acolhedores, os abat-jours proliferam enchendo de luz dourada a sala quase vazia. Um solitário lê o jornal, ao lado de uma bebida bojuda. Eles entram, de braço dado e sorrindo. Não trazem nada nas mãos, mas trazem os olhos carregados de futuro a haver. Ela repara nos pormenores, lembra leituras juvenis, ele contesta, sorrindo, apenas para conversar, sugerindo Balzac e o realismo. 
Ela contrapõe Eça, afinal Sintra é o cenário, e ele cede com um Porto para tréguas. Foi romantismo vivido, a dois, como, afinal, deve ser sempre.

4 comentários:

  1. Fico muitas vezes colado ao computador a ouvi-la. Não sei se foi a Sintra, acho que a vi cá, mas o realismo da sua narrativa é incrível!
    António

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  2. ...gosto disto. Da luz dourada dos abat-jours, do Porto, e porque é em Sintra.
    A despedida para África...

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  3. O Lawrence... o jantar romântico ao som do piano distante... à luz de um castiçal de cristal rosado... como o Champagne... rosé et bien frappé...

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  4. O Porto será Lacrimae Cristi ?

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