quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

O PARTO ASSASSINADO

Um nascimento, a chegada de mais uma pessoa ao mundo, devia ser momento de alegria, de tranquilidade e de compreensão. Há alguns anos, quando os filhos nasciam em casa, as vizinhas compareciam, matava-se a galinha mais gorda, mimava-se a mãe e a criança. Depois, com a evolução da ciência e da humanidade, nos países desenvolvidos as crianças passaram a nascer nos hospitais. Mas o momento do parto era, para profissionais e família, sempre um momento intenso de emoções. Para mim, mulher, o parto é um momento especial mesmo, e compreendo muito bem as ansiedades que cada mãe experimenta com a aproximação da hora final. 
Por tudo isto, e até apenas porque sou pessoa, não sei como calar a minha indignação e revolta perante a forma como funciona o serviço de obstetrícia do Hospital de Viana de Castelo! 
Como é possível que uma grávida ande de um lado para o outro, de médico para médico, sem que haja contacto entre os diferentes médicos do serviço? Como é possível que se lhe diga que podem acontecer problemas sim, mas que primeiro morre sempre o bebé? Como é possível que só ao fim de 38 semanas de gravidez os médicos se tenham "apercebido" de que havia uma cesariana há apenas dois anos? Como é possível que as atitudes se alterem apenas quando surge um nome de referência associado à família?!
Respondendo às minhas perguntas, os próprios dizem-me: - É o serviço público. Se quisesse ser tratada de outra forma, deveria ter escolhido o serviço privado! 
É este o país que se diz democrático?! Para que servem os impostos que pagamos? Como pode uma situação destas acontecer?! 
A minha revolta não tem tamanho! E como, infelizmente, neste país só a comunicação social parece ter alguma capacidade de intervenção, vou contar à TVI os absurdos que tenho vivido quase na primeira pessoa! 
Nunca vou deixar de amar Portugal, mas cada vez mais penso que é um país a prazo...

3 comentários:

  1. Luisa, mas no final tudo correu bem? Desejo que sim e que o pequenino saísse são e salvo e que a J. esteja bem.

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  2. Sossega agora. Mas a tua indignação tem toda a razão de ser! Um beijo

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  3. Luísa, parabéns pelo dia de ontem que foi hoje!

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