sexta-feira, 24 de julho de 2015

VENTO

Sopra um vento quente, intenso, incomodativo. Tenho à minha frente mais dois sacos de exames para corrigir, e a minha cabeça, cedendo à solicitação da minha alma (ânimo mesmo!) anda a monte. 
As letras confundem-se, a Mensagem torna-se viagem interior às minhas Ilhas Afortunadas e o trabalho não rende... 
Pego ao colo no meu António de quase cinco meses e falo-lhe de ternura, de azul e de chocolate, de compreensão e cumplicidade. Ele adormece nas minhas palavras e eu finjo que acredito que ele vai sempre ter um colo para adormecer. Os exames aguardam o regresso da minha atenção. Talvez mais tarde...

2 comentários:

  1. Luisa, esse vento quente é o vento suão do José Régio e aquele que eu ensinei aos meus alunos vir de bem longe... do deserto do Sahara!
    Realmente há uma incompatibilidade entre os exames no tal saco e o colinho a dar ao António!

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  2. Sim, querida Luísa, fala-lhe de "de ternura, de azul e de chocolate, de compreensão e cumplicidade." E acredita que ele terá sempre um colo para adormecer. E o calor desse menino aquece-te a alma e torna os exames a corrigir mais "suaves"!
    beijos

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