Há muitas palavras que, com o uso, ou com o tempo, se vão banalizando e perdendo sentido. De repente, a gente vai a querer dizer alguma coisa, a querer expressar uma emoção, ou um pensamento, e sentimos que falta originalidade, ou força, às palavras que usamos.
Isto acontece, por exemplo, com o termo felicidade. Fala-se dessa "coisa", de um estado de alma talvez, no quotidiano, a propósito, muitas vezes, de tantas insignificãncias que, quando a Coisa se torna maiúscula, o que a define se esvaziou...
Afinal, o que é esse conceito, ou esse sentir, de se ser feliz? Dir-me-ão, avisadamente, que cada um é feliz à sua maneira e, imediatamente, eu me oiço responder no silêncio: Vulgaridade! Isso não quer dizer nada...
Assim, senti-me hoje angustiada para explicar aos meus alunos que também as palavras precisam ser preservadas, protegidas de usos abusivos, reinventadas na verdade do seu sentido. Se eu tivesse de explicar o sentido de algumas palavras, acho que teria mesmo de entrar nos neologismos porque, um pouco como a vida, há palavras excessivamente gastas....
Não sei se as palavras estão gastas ou se são as pessoas que estão mais vazias e deixaram de as sentir e usar no valor intrínseco que lhes pertence. A palavra felicidade é mais ou menos um logro agradável, de uso abusado e que ainda por cima não existe. As religiões sabendo disso, coloca-na no inalcançável Olimpo, eternidade ou o que queiramos chamar-lhe que tem a seta irada para uma vida que não é esta.
ResponderEliminarDepois há as buscas falaciosas, com esquecimentos felizes por medida e a conta conta gotas feitas quase sempre por ingestão de substâncias mais ou menos nocivas para a saúde.
E há trabalhar até cair e outros artifícios que encontramos para a felicidade possível e que nunca é felicidade.
E as pequenas coisas que nos fazem um lado feliz, mesmo que pequenino, . Julgo que sejam as que nos conservam à tona. Agarramo-nos a pequenos momentos. Somos assim. E pronto.
Mas os seus alunos devem ser jovens - por serem alunos - e perseguem ainda o eldorado. Não se podem roubar os sonhos.A felicidade é como o Menino Jesus a dar as prendas, descobre-se naturalmente, no momento certo.
Os que dizem " cada um é feliz á sua maneira" têm realmente uma forma muito redutora de definir FELICIDADE!
ResponderEliminarPenso que o que está em causa não é a felicidade individual, mas um conceito mais geral de felicidade que pressupõe um coletivo.
Essa FELICIDADE não é uma felicidade momentânea, é mais, é algo de duradouro e que se estende para lá de nós!