segunda-feira, 20 de junho de 2016

United Kingdom

Tenho uma imensa admiração pelo UK. Talvez seja uma questão hereditária, a minha família materna veio de lá, talvez seja por gostar muito da língua, talvez seja por ser uma convicta ouvinte dos Beatles, talvez seja porque a Sandie Shaw a cantar "like a puppet on a string" alegra as minhas memórias de infância, talvez seja porque os meus netos nasceram lá... 
Seja lá por que razão for, eu gosto muito de Inglaterra e dos ingleses. Gosto, até, de algumas caracteristícas que, frequentemente, lhes são negativamente atribuidas, como a de serem snobs. 
Como diz alguém, já fui muito feliz, muitas vezes, em terras de Sua Majestade. Aliás, acho mesmo que se me perguntassem, num daqueles muitos inquéritos de rua, qual seria o meu país preferido, imediatamente elegeria Inglaterra e, na onda, a mágica cidade de Londres!
E é (para além de muitas outras razões)  por gostar tanto de Inglaterra, que não tenho como classificar o assassinato de Jo Cox. Obviamente, há malucos e criminosos em todo o mundo, mas , ainda assim, este crime inqualificável dói-me muito fundo. 
E dói-me porque decorre de uma postura colectiva, de uma recusa a uma Europa que, para mim, não pode voltar atrás. Penso que os ingleses deviam defender (eu defendo...) menos e melhor Europa, mas não a ausência da mesma. O projecto europeu, lembro, nasceu de ma junção de esperanças e vontade de união e humanização. 
Dir-me-ão que tinha, então, acontecido a terrível II Guerra Mundial. Pois, é verdade. Mas não vivemos agora um novo desafio? Um novo risco e ameaça? Não é este o Tempo do MEDO renascido? Não compreendo porque razão  os ingleses pensam na hipótese de abandonar a Europa, sabendo nós que eles intervieram de forma decisiva na resolução do conflito da II Grande Guerra!
Até 5ªfeira vou sofrer. E eu creio que todos vamos sofrer... Porque a União Europeia tem de ser muito mais Humana do que económica. 
Se eu pudesse, faria campanha a favor da continuidade do UK na Europa que quero mais verdadeira e justa !

2 comentários:

  1. Bom, bom... Eu gosto do UK sem o conhecer que não pode ser uma visita fugaz em que vi uma cerimónia de casamento e o aeroporto a fazerem-me gostar; o gosto nasceu com a aprendizagem da língua na escola. Gosto da rainha e daquela catrefada de maluquices que acarreta a monarquia inglesa (que não quero em Portugal); gosto dos sofás aos ramos, todos vestidinhos e compostos (usam pregas, folhos e tudo); gosto dos serviços de loiça todos cócós e com asas de chávena tão finas que a gente até pensa que não se aguentam com o peso do chá; gosto que seja um país campestre e verdurengo onde imagino cavalos e cães à solta e gente toda fardadinha só para montar a cavalo; gosto dos esquilos que brincam nos quintais e se atravessam no meio das ruas destemidos e pacatos...e já chega. Embora conseguisse mais umas coisas. O meu inglês é péssimo e só me ocorrem as palavras certas quando tento exprimir-me em francês, na minha família somos todos de sequeiro e gostamos dos ingleses por serem nossos aliados ancestrais, a bem dizer só há uma vintena de anos conhecemos um espécime de origem. Um inglês a sério e que não era snob. Os beatles eram uns cantores guedelhudos e bem dispostos de que os meus pais desconfiavam por usarem franja e camisas de mulher.

    A morte da deputada ainda me parece incrível. Mas não por ser no UK.

    Penso que não vou sofrer até quinta. Mas estou um tanto preocupada. No meu fraco entender, o United Kingdom faz falta na União Europeia. A Europa amputada dos ingleses...fica mais fraca porque tem menos um; e porque o menos um é forte. E nem sei se poderá ainda chamar-se União (desconfio que eles também sabem disto).
    Nunca pensei que os nossos aliados nos abandonassem assim. Nem lhes podemos dar a mão nem nada. Ora bolas.

    Por outro lado: querem sair? Ai é? Então saiam. Palermas. Em vez de ajudarem só desajudam. Snobs duma figa.
    FIM

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  2. BOA! Mas de onde é que saiu esta moça tão genuína e autentica no seu escrevinhar ?

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