Hoje é Dia do Pai e o meu Pai já partiu.
O meu Pai morreu com as mãos nsa minhas, com pena e com dores, comido pela doença horrível que não conseguiu vencer.
Mas o meu pai não era só o corpo que desejo abraçar a cada dia, as mãos que seguravam as minhas sempre que eu tinha medo, o olhar que ria quando brincava connosco. O meu Pai não era só o médico dedicado que se levantava de noite para ir ajudar quem o chamava, que queria o melhor para Portalegre, que lutava diariamente por melhor saúde para os portalegrenses.
O meu Pai também era o Amigo de muitos amigos. Gostava da casa cheia, de boa comida e bebida, de alegria e festa. Gostava de receber todos, sempre! O meu Pai gostava do campo. Gostava de passear devagarinho, espreitando as lebres, as perdizes, os coelhos que se escondiam nos marouços. O meu Pai aceitava os meus erros, tantos!, e chorava baixinho nunca me abandonando. O meu Pai era o avô das minhas filhas. Era a presença firme, norteadora, atenta e disponível.
O meu Pai era muito mais do que um Super Herói, porque existiu mesmo, e eles não.
Quero meu Pai de volta! Sei que é impossível, mas trago-o para mim nas muitas memórias e converso com ele.
Nunca ninguém me amou como o meu Pai, nunca ninguém me ralhou com a ternura do meu Pai, nunca ninguém me ouviu como o meu Pai fazia.
Hoje, é Dia do Pai.
É uma madrugada que me rasga de dor e me não deixa dormir. Aqui ao lado, na mesinha de cabeceira, com o boné verde da caça, o meu Pai diz-me que está atento. Mas não me chega... Eu preciso muito do meu Pai!
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