E depois, de repente, é outra vez Páscoa. Depois, há outra vez coelhos que põem ovos, galinhas que são chocolate, pacotinhos com amêndoas de mil cores e os supermercados a anunciar borrego. Depois, há outra vez casa cheia, mesa recheada e ausências dolorosamente presentes. Depois, há ideia de sofrimento e transformação. Depois, ao serão, voltam as conversas compridas com tempos de afectos.
Depois, anuncia-se a mudança já repetida e antecipadamente gasta. Depois, a gente - eu - percebe que a vida se faz de repetições e a vontade de desistir é muita. Depois... a gente - eu - não desiste! Porque, afinal, a vida é mesmo isto: - um infindável rosário de repetições com sequências mais ou menos fixas.
Hoje, no antes que prepara o depois, não tenho forças para reinventar. Opto pelo silêncio, pelo caminhar na cidade, pelo acelerar louco olhando os campos lindos desta Primavera também ela repetida.
Pois, Luísa, uma Páscoa a somar a muitas, muitas outras passadas.
ResponderEliminarUmas vezes parece-me que passaram séculos, outras vezes parece-me que foi ontem que alguém presenteou os meus filhos, então pequenos, com aqueles lagartos com olhos de feijão frade!