sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Paisagens

Sucedem-se os verdes, os azuis dos rios, o Minho, o Vez, o Lima também. O automóvel circula, seguro, ora serpenteando nas curvas - olha as videiras! olha as vindimas! Olha que solares lindos! - ora veloz nas modernas auto-estradas. A vida passa em paisagens novas, intensas, lembrando-lhe frases lidas, aprendidas de cor, repetidas, ano após ano, aos seus alunos. "Sou a minha própria paisagem" - Pessoa, sempre. E ela a negar o seu poeta, a rir-se, livre, das teias que sente prenderem-na à leitura, à escrita, ao sonho eterno.
Agora, a sua paisagem é feita de descoberta constante, de encantamento face ao que a rodeia, de espanto real perante a força da terra que descobre. Agora, sente de volta o romantismo e apetece-lhe perder-se, "para se encontrar", no Palácio da Brejoeira, nos caminhos empedrados das Vilas minhotas, no falar alegre, sibilado, das gentes sempre simpáticas. Agora, a paisagem não é o seu eu e, por isso, sem culpas saboreia a broa e o vinho - Alvarinho - sentindo que, se a paisagem exterior é o Minho, a interior é o paraíso. Seja lá isso onde for...

1 comentário:

  1. Boa viagem! Enche o peito de ar e os olhos dessa beleza que tão bem sabes apreciar!
    beijos

    ResponderEliminar